O António teve uma infância cheia de tias. Qualquer um que tem uma infância cheia de tias torna-se mais atrevido, mais descuidado de maldades e birras, certo do perdão e dos beijos à sua espera.
Mas o António tem alma de poeta. Transformou esse carinho em memória de afectos que soube, mais tarde, transmitir-nos nos seus livros, nas suas crónicas, nos seus sorrisos, no seu sentido de humor.
Tem uma voz sensual e risonha, uma inteligência que lhe brilha nos olhos, uma ironia que o caracteriza. O António é um amigo que ninguém quer perder. Porque a sua amizade é envolvente, a sua escrita é feminina a sua sensibilidade é maravilhosa.
O António é mágico. Um mágico com tias, o que é muito melhor.
Onde andas tu, António? Fazes-me falta.
Rosa Lobato de Faria