Os Projectos
Um sorriso para o António
Maria do Carmo Chaves

O Riso de Deus com que presenteou minha alma

Levaram-me a responder, num refluxo, este poema.

A poesia, a sabedoria, o amor com que alimenta a sua escrita

É um enamoramento, um segundo estado, como diria Morin,

Que nos faz viver poeticamente a vida pela palavra dita.

Exaltação, arte de viver que nesta nossa terra, é mensagem sã.

Lembra-nos que somos irmãos em espírito humano

Num mundo em transição de valores, por vezes, em diálogo insano.

É difícil navegar neste mar onde a alegria, a loucura, a paixão,

Ou o ódio, cria ondas encapeladas que petrificam a razão.

Como diria T. S. Eliot, o saber que aprendemos com a informação

Torna-se numa sabedoria fragmentada, mal incorporada na vivência.

A arte de viver depende da solidão cósmica e da nossa vidência.

António, tudo isto li e senti na clareza com que expõe suas ideias,

Na escrita dum testamento do seu pensamento, de histórias cheias

De risos de Deus, prenhes de beleza com que cria o flexo do que ama.

Suscita em mim uma nova Arte de Vida,

Um novo e mais complexo Reflexo para a minha Alma.

 

Lisboa, Novembro de 2006
Maria do Carmo Chaves