O Riso de Deus com que presenteou minha alma
Levaram-me a responder, num refluxo, este poema.
A poesia, a sabedoria, o amor com que alimenta a sua escrita
É um enamoramento, um segundo estado, como diria Morin,
Que nos faz viver poeticamente a vida pela palavra dita.
Exaltação, arte de viver que nesta nossa terra, é mensagem sã.
Lembra-nos que somos irmãos em espírito humano
Num mundo em transição de valores, por vezes, em diálogo insano.
É difícil navegar neste mar onde a alegria, a loucura, a paixão,
Ou o ódio, cria ondas encapeladas que petrificam a razão.
Como diria T. S. Eliot, o saber que aprendemos com a informação
Torna-se numa sabedoria fragmentada, mal incorporada na vivência.
A arte de viver depende da solidão cósmica e da nossa vidência.
António, tudo isto li e senti na clareza com que expõe suas ideias,
Na escrita dum testamento do seu pensamento, de histórias cheias
De risos de Deus, prenhes de beleza com que cria o flexo do que ama.
Suscita em mim uma nova Arte de Vida,
Um novo e mais complexo Reflexo para a minha Alma.
Lisboa, Novembro de 2006
Maria do Carmo Chaves