Informada por uma sólida erudição, movida mais por uma genuína inquietação e lucidez quanto às contradições da época do que por qualquer apelo de abstracção teórica ou projecto de saber livresco, deu à frente do IPL continuidade ao mesmo gosto de intervenção cultural e social e à mesma exigência de diálogo que tinham marcado, antes do 25 de Abril, os projectos associados à Moraes e a O Tempo e o Modo. Tal atitude prendia-se essencialmente com uma natural sensibilidade ao papel humano dos livros e ao valor poético das palavras no tecido do seu tempo. Procurou, pois, como Presidente do Instituto Português do Livro por diversas formas estimular a criação de hábitos de leitura em Portugal, fosse pelo desenvolvimento do que viria a ser a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, fosse patrocinando a reedição dos clássicos da literatura portuguesa ou incentivando a elaboração de um Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, fosse mediante outras iniciativas de promoção da leitura e de apoio à edição e à difusão do autor português, tanto no país como no estrangeiro. Neste âmbito, empenhou-se particularmente no incremento das relações culturais com os países de língua oficial portuguesa, em especial com Cabo Verde, Moçambique e o Brasil.