1927
Beirão, burguês, católico progressista, nasce a 29 de Janeiro de 1927 na Travessa da Barbacã, Covilhã, concelho da Covilhã, distrito de C. Branco, António Alfredo da Fonseca Alçada Tavares Baptista, filho de Luís Victor Tavares Baptista (Presidente da Câmara da Covilhã, médico militar – colaborou em vários jornais da região) e de Maria Natividade da Fonseca Morais Alçada Tavares Baptista, tendo como avós paternos Alfredo Victor Baptista Alves e Maria José Soares Tavares Baptista e, como avós maternos, António Mendes Morais Alçada e Maria Filomena da Fonseca Morais Alçada.

1936
Faz a 4ª classe e os estudos secundários, dos 9 aos 17 anos, com os Padres Jesuítas do Colégio de Santo Tirso onde foi profundamente influenciado pelo cristianismo e por pensadores como Emmanuel Mourier e Teillard de Chardin.

1945
Ingressa na Faculdade de Direito.

1949-1956
Assessor jurídico da Intendência Geral dos Abastecimentos

1950
Casa a 20 de Março com Maria José de Magalhães Coutinho Guedes.
Em Julho, conclui o Curso de Direito que exerce durante um período de 5 anos.

1953
Entra para a Direcção do Centro Nacional de Cultura, de que fará parte novamente em 1959, sendo eleito Presidente em 1972. Entre 1980 e 1983 é Presidente da Assembleia Geral do CNC e Vice Presidente em 1984 e 1985. De 1986 a 1988 volta a ser eleito Presidente da Assembleia Geral do CNC ficando novamente na Vice Presidência entre 1989 e 2001.

1957
Compra a Livraria Morais que dirige de 1957 a 1972, onde se estreou na sua actividade editorial.

1961
Em 1961 e 1969 é candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional pelo Distrito de C. Branco.

1963
A 29 de Janeiro, ano em que completa 36 anos, funda a revista “O Tempo e o Modo” – símbolo da geração de 60, de que foi director até 1969, segundo o modelo da revista francesa “Esprit”.

1970
Foi a partir dos anos 70, que começou a colaborar regularmente com crónicas na Rádio, Televisão e em diversos jornais e revistas:
Sucede a Vitorino Nemésio na direcção do jornal “Dia”
Director da “Edição Especial”
Escreve crónicas para os jornais –“A Capital”; “Semanário” e “Jornal do Brasil”
Faz a sua 1ª publicação – Documentos Políticos (crónicas e ensaios).

1971
De 1971 a 1974 é assessor para a Cultura, do então Ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Publica “Peregrinação Interior -Reflexões sobre Deus”.

1973
Publica as obras:
O tempo nas Palavras” e “Conversas com Marcello Caetano”

1978
É Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura, onde presidiu aos trabalhos de criação do Instituto Português do Livro de que foi Presidente até 1986 e no âmbito do qual estimulou a criação, o desenvolvimento e a animação do que hoje é a Rede Nacional de Bibliotecas de Leitura Publica. Patrocinou a reedição de Clássicos de Literatura Portuguesa e a organização do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Organizou outras acções de promoção da leitura e de apoio à edição e à difusão do Autor Português tanto em Portugal como no estrangeiro.
Torna-se particularmente notável o seu empenhamento no estreitar das relações culturais com o Brasil e com os países Africanos de língua oficial portuguesa em especial C. Verde e Moçambique.

1982
Publica ” II Volume da Peregrinação Interior O Anjo da Esperança

1983
É condecorado com a Ordem Militar de Cristo pelo Presidente da República Ramalho Eanes.

1984
Publica a obra “Uma vida melhor

1985
A 30 de Novembro, preside às Comemorações do Centenário da morte de Fernando Pessoa.
Estreia-se como romancista e novelista, com a obra “Os Nós e os Laços”, obra que lhe mereceu no mesmo ano, reconhecimento literário com a atribuição do Prémio Literário Município de Lisboa (prémio de prosa e ficção ex-exquo) e do Prémio P.E.N. – Clube Português de Ficção.

1988
A convite de Mário Soares preside durante 10 anos à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, entre as quais o 10 de Junho de 1988 na Covilhã, sua cidade-natal.
Como ficcionista, apresenta a obra “Catarina ou o sabor da maçã

1989
Tia Susana, meu amor” (romance).

1990
Membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Autores – integrou corpos sociais da cooperativa no ano em que esta comemorou o seu 80º aniversário.

1992
Cronista da revista “Máxima”, onde se mantém até 2006.

1994
Apresenta o romance “o Riso de Deus

1995
É condecorado com a Grã-cruz da Ordem do Infante pelo Presidente da República Mário Soares.

1966
Nomeado colaborador do Presidente da República Jorge Sampaio.
Administrador da Fundação Oriente até aos 65 anos. Passou, a consultor, até à sua aposentação aos 75 anos.
Director da revista quadrimestral “Oriente “ (2001), publicação da Fundação.
Presidente da Comissão de Avaliação de Mérito Cultural.
Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras, chegou a ser indigitado para Adido Cultural de Portugal no Brasil, devido à sua forte ligação com aquele País.
Sócio da Academia das Ciências de Lisboa.
Sócio da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.

1998
Publica a obra”A Pesca à Linha – algumas memórias” (obra assumidamente de memórias e recordações).

1999
Homenagem da Câmara Municipal da Covilhã com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal.

2001
Publica “Tecido de Outono” – o tema principal deste livro é a solidão, que se cristaliza, na sedimentação do tempo, como as estações do ano.

2002
Em Outubro publica como cronista e defensor da liberdade, a obra “Um Olhar à Nossa Volta”, onde deixa o testemunho de uma vivência colectiva registada na década 70-80 marcada por inquietações político sociais.

2003
Após uma vida indissociavelmente ligada aos livros, publica a sua última obra
A cor dos dias

2007
A 29 de Janeiro, por ocasião dos seus 80 anos e por iniciativa conjunta dos seus editores e do Centro Nacional de Cultura, foi publicado o volume de homenagem ao A. Intitulado “António Alçada Baptista – Tempo afectuoso” (coordenação de Guilherme Oliveira Martins e Maria Helena Mira Mateus) onde 45 personalidades escrevem sobre a sua obra.

2008
Contador de histórias, prosador romancista, ESCRITOR de AFECTOS, faleceu em Lisboa, a 7 de Dezembro.

2009
A 5 de Fevereiro foi homenageado, pela Sociedade Portuguesa de Autores, tendo-lhe sido atribuída (a titulo póstumo) a Medalha de Honra da referida Sociedade.
Neste mesmo acto a S.P.A. anunciou a criação do prémio António Alçada Baptista de Literatura Memorialista e Autobiográfica, a atribuir a partir de 2010.

Cultura dos Afectos